Dançar é
aventurar-se na grande viagem do movimento emocional. Na vivência da relação
mundo-eu, é força de relação com o mundo exterior. Dançar não significa
reproduzir forma. A forma pura por si só é fria, estática e repetitiva. As
formas catalogadas, conhecidas e robotizadas em nossa memória criam uma forte
barreira à criação de movimentos novos e ricos em expressão como também bloqueiam
uma relação integral com o mundo e a dimensão existencial revelada através do
corpo, esta deixa de existir.
A descoberta do “eu”
interior, da existência do ser, do individual e criativo do homem é fator
importante para a Dança. São estas características que a torna uma forma de
expressão da comunidade humana que o dançarino integra como aporte efetivo.
Esta abordagem teve
o propósito de deixar transparente que o trabalho em dança, quando usa
excessivamente técnicas formais, divorcia o movimento do impulso vital. Os
movimentos produzidos por artifícios somente técnicos são destituídos de emoção
e poderão ser confusos e pouco objetivos na forma de expressão.
O valor da técnica
na Dança está em seu sentido utilitário e não como um fim em si mesmo. A
técnica seria um meio eficaz para canalizar o movimento expressivo a atingir os
seus propósitos – plena sintonia entre dançarinos e o mundo pela sua
comunicação gestual.
A essência da
técnica consiste em organizar e difundir um determinado conhecimento sobre o próprio corpo e as possibilidades
dos movimentos existentes em potencial. A clareza e a objetividade dos
movimentos permeados pela técnica cristalina e transparente fazem à beleza do
movimento. A limpeza do gesto e movimento expressando o que se busca expressar;
ganha a beleza e emoção, traz como consequência, valor estético da dança.
Manifestar sentimentos, emoções e intenção em relação à realidade que cerceia o
dançarino confere a expressão de um movimento coreográfico uma natureza
sequencial de verdades pela dimensão autêntica do movimento executado.
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